segunda-feira, 2 de abril de 2012

ENERGIA NUCLEAR COMPLETA 30 ANOS


Brasil completa 3 décadas de energia nuclear com avanços tecnológicos e criticas

O Brasil chega aos 30 anos de uso da energia nuclear com recorde de produção de 15,644 milhões de megawatts-hora (MWh), registrado no ano passado, e a possibilidade de, com a conclusão de Angra 3, em 2016, ter 60% do consumo de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro abastecidos pela fonte nuclear. As informações são da Agência Brasil.

Hoje, as duas usinas nucleares em funcionamento no país, Angra 1 e Angra 2, geram o equivalente a 30% do que é consumido no estado. Na avaliação do presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, o uso da fonte nuclear para geração de energia trouxe ao país maturidade tecnológica na área, abrindo o campo de trabalho e colaborando para a formação de engenheiros nucleares de padrão internacional.
- A principal vantagem que tivemos foi o aprendizado - avaliou.

Para Othon Pinheiro, hoje, não se pode prescindir da fonte nuclear de energia que, na sua opinião, não pode ser descartada da matriz energética nacional.
- É muito importante na geração de eletricidade, porque nós temos, hoje, no Brasil, 80% da população vivendo nas cidades. A sustentabilidade das cidades passa pela energia elétrica, da forma mais econômica e racional possível - disse.

Ele, inclusive, refuta o posicionamento de ambientalistas, que fazem oposição ao uso da energia nuclear, defendendo que, "se tratada de forma adequada, é uma fonte de energia limpa e não deve ser descartada da matriz energética nacional".

Othon Pinheiro lembrou da característica estratégica da energia nuclear, por ser opção em caso de problemas na oferta de energia elétrica devido a questões climáticas, já que a matriz energética é majoritariamente hidrelétrica.

- Precisamos da (fonte de energia) eólica, da solar. Seria bom se elas trabalhassem sozinhas. Mas a gente precisa das térmicas, para acionar em caso de problema da natureza. Energia é como ação (da Bolsa de Valores). Por melhor que seja, a gente tem que comprar uma cesta de papéis para garantia do investimento - afirmou.

Para o presidente da Eletronuclear, o país não pode descartar nenhuma fonte de energia renovável. Ele defende a geração de energia nuclear por considerá-la de baixo impacto ambiental e por questões de custo. Pinheiro ressalta que, dentre as térmicas, como as que produzem energia a partir do carvão, óleo combustível ou gás, a usina nuclear é a que tem menos custo. Além disso, ele lembra que o Brasil tem uma grande reserva de urânio, sendo "falta de imaginação" não aproveitar esse potencial.

Angra 1, a primeira usina nuclear a entrar em funcionamento no país, foi interligada ao sistema elétrico nacional no dia 1º de abril de 1982. E, mesmo contestando a real necessidade do Brasil lançar mão dessa fonte de energia tão controversa, o físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras, acredita que a geração de energia nuclear constitui um fato histórico. "A gente não pode se arrepender da história. Ela é como é", disse Pinguelli à Agência Brasil.

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