quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vereador Cordeiro lamenta morte de Abdias do Nascimento

Na manhã de terça, aos 97 anos, o ator, diretor, dramaturgo, artista plástico, poeta e militante, Abdias do Nascimento morreu sem ver o Brasil como sonhou, com grandes líderes negros a chefiar o Estado, as grandes empresas nacionais e os veículos de comunicação. Despediu-se da vida, no entanto, consciente de que a conquista por maior respeito e visibilidade passa por sua trincheira de luta. É, sem dúvida, o maior símbolo da negritude no Brasil, sobretudo por associar as ações políticas à arte. Foi ele quem idealizou, fundou e dirigiu o Teatro Experimental do Negro (TEN), em 1944, atuando diretamente na modernização dos palcos nacionais ao colocar a problemática dos afrodescendentes no palco.


O homem Abdias do Nascimento tinha um orgulho dito em vida: o de nunca fraquejar diante do racismo, o de arrombar portas e bater no peito para denunciar a dor de ser discriminado pela cor da pele. O menino de infância adocicada pelo cheiro vindo do tacho da mãe cozinheira e pela suavidade dos acordes do violão tocado pelo pai operário gritou quando a violência racial lhe deu as primeiras rasteiras.
"Era tanta mágoa, tanto desapreço. Eram tantas palavras malditas ditas contra o negro", lamentava.

Despediu-se da vida, no entanto, consciente de que a conquista por maior respeito e visibilidade passa por sua trincheira de luta. É, sem dúvida, o maior símbolo da negritude no Brasil, sobretudo por associar as ações políticas à arte. Foi ele quem idealizou, fundou e dirigiu o Teatro Experimental do Negro (TEN), em 1944, atuando diretamente na modernização dos palcos nacionais ao colocar a problemática dos afrodescendentes no palco.

Abdias organizava ações sociais, como a Beleza Negra e o Concurso de Artes Plásticas, com o tema Cristo negro. Estava por trás de uma série de convenções, congresso e semanas para discutir a situação do negro no país. Editou o jornal Quilombo. O TEN estimulou ainda a criação de companhias similares e seguiu em atividade até 1968, quando Abdias do Nascimento foi forçado a sair do país e viveu 13 anos no exílio.
A coerência na carreira artística e política, que começou na década de 1930, quando integrou a Frente Negra Brasileira, em São Paulo, fez de Abdias do Nascimento um nome incontestável no Brasil e no exterior. De alma delicada, gostava tanto de arte e orquídeas que não conseguia viver longe delas. O mestre será enterrado hoje, para quem não sabe, dia mundial dedicado à África, berço de todos.

Por Sérgio Maggio, do Correio Braziliense, com colaboração de Felipe Moraes e Maíra de Deus Brito

O vereador lamenta a perda de mais um ativista.
- Estamos tristes pela perda de uma pessoa que em toda sua vida lutou pelos direitos humanos, mas orgulhosos pelas suas conquistas, que teve papel fundamental nos direitos dos Negros em nosso país – Disse Cordeiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estamos solidários a este acontecimento, pois, estamos falando um homem de honra!!!!!