quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cordeiro concede medalhas do mérito Brasil dos Reis a produtores de Cultura em Angra

O vereador Cordeiro aproveitou a sessão solene alusiva ao Dia da Cultura para promover a entrega das medalhas do mérito Brasil dos Reis a personalidades e entidades que destacam-se na Cultura e manutenção da riqueza cultural da cidade.

A medalha do mérito Brasil dos Reis foi criada exatamante com o objetivo de incentivar a Cultura e a promoção cultural no município.

Por sugestão de Cordeiro e a aprovação de todos os demais parlamentares, foram agraciados com a medalha o Grupo Cultural Senzala de Capoeira e o quilombola José Adriano da Silva, pela dedicação ao jongo e à valorização da cultura afrobrasileira. Também foi aprovada a medalha ao compositor e músico Paulo César Pinheiro que, ausente, não pôde receber a honraria nesta oportunidade.

Pode parecer muito pouco, mas a medalha é não só um reconhecimento da Câmara, mas um incentivo para que estas pessoas e entidades continuem com este trabalho, que beneficia toda a população — disse Cordeiro.

Eis o histórico dos agraciados com a medalha Brasil dos Reis, por sugestão do vereador Cordeiro:

Paulo César Francisco Pinheiro — Ele nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Abril de 1949. Morava em Angra quando fez seus primeiros versos e foi nessa cidade que conheceu João de Aquino, seu primeiro. Com ele, compôs 'Viagem', em 1964. Um ano depois, Baden Powell, primo de João de Aquino, convidou-o para escrever letras para suas músicas.

Concorreu ao IV FIC, em 1969, com Sermão (com Baden Powell) e, no ano seguinte, fez uma temporada de 15 dias em Paris, França, ao lado de Baden Powell. Em 1970 destacou-se com vários sucessos: Elis Regina gravou três musicas suas e de Baden Powell – Samba do perdão, Quaquaraquaquá e Aviso aos navegantes; e Elizeth Cardoso gravou Refém da solidão (com Baden Powell). Ainda em 1970, compôs 12 musicas para a trilha sonora da novela O semideus, da TV Globo, fez a trilha sonora para o filme A vingança dos doze, de Marcos Farias, e foi o responsável por roteiros de shows de Baden Powell.

Compôs para a trilha sonora do filme A Batalha dos Guararapes, de Paulo Thiago (1978). Com Dori Caymmi, compôs Pedrinho e Jabuticaba, para a trilha do programa Sitio do Pica-pau Amarelo, da TV Globo. Fez a trilha sonora do programa Ra-tim-bum, da TV Cultura, compondo cinco músicas em parceria com Edu Lobo. Tem dois livros de poemas editados: Canto brasileiro (1976) e Viola morena (1982).

Alguns dos últimos CDs que foram lançados com letras do compositor são: Parceria (94), Velas, gravado ao vivo do show com João Nogueira, com 12 das parcerias dos dois; Aboio (95), Saci, CD do violonista e compositor Sérgio Santos, com 13 toadas, choros e sambas em parceria com este; Tudo o que mais nos uniu (96), Velas, CD gravado ao vivo do show com Eduardo Gudin e Márcia, no Sesc/SP, em comemoração aos 20 anos do outro show da trinca; O som sagrado de Wilson das Neves (97), estréia como intérprete do baterista Wilson, com 14 musicas inéditas, das quais 13 são parcerias de ambos. Escreveu mais de 1.300 letras, tendo mais de 700 sido gravadas ate 97.


José Adriano da Silvapopularmente conhecido como “Seu Zé Adriano”, nasceu no Bracuí há 87 anos, onde mora até hoje.

É um dos fundadores da Associação dos Remanescentes de Quilombo Santa Rita do Bracui, que por anos vem lutando pela titularização da terra dos quilombolas locais, além da reafirmação, manutenção e divulgação da cultura afrobrasileira, como o jongo e a capoeira.
Seu Zé Adriano é fundador e líder do Grupo de Jongo do Bracuí. Conhecido como grande “Mestre Jongueiro”, vem a muito buscando apoio em prol do grupo, que hoje conta com a participação de aproximadamente 30 pessoas.

O Jongo é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil e que influiu poderosamente na formação do Samba carioca, em especial, e da cultura popular brasileira como um todo.

O jongo no Bracuí se revelou na época da escravidão e até gerações recentes era tido como uma “diversão” da comunidade, somente com a participação de adultos. Em novembro de 1995, a partir de uma parceria com o movimento negro local, a comunidade de Santa Rita do Bracuí, tendo José Adriano como um de seus precursores, (re)inicia sua prática de jongo, unindo crianças, jovens e velhos e possibilitando a reconstrução da história oral no interior do quilombo. Hoje é desenvolvido como uma ação tradicional resgatando os valores da cultura afro e manifestações culturais com a participação de todos.


Grupo Senzala de CapoeiraA capoeira é uma expressão cultural afrobrasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos, e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marciais é o fato de ser acompanhada por música.

O Grupo Senzala de Capoeira constituiu-se no início dos anos sessenta e cresceu buscando se aperfeiçoar por meio de contatos com outros capoeiristas e com um tratamento intensivo, buscando fundamentos com a “velha guarda” da capoeira, passando períodos em Salvador (BA). Foi em 1967 que o grupo, buscando uma maior experiência, inscreveu-se no torneio “Berimbau de Ouro”. Para surpresa geral, venceu o torneio, repetindo o fato nos dois anos seguintes, conquistando o troféu definitivamente. Além da maturidade, ganhou respeito e destaque nacional. Mais tarde, o grupo descentralizou-se, com seus membros ensinando em diferentes clubes, academias e universidades, reunindo-se por ocasião de formação de novos “mestres” ou graduação de alunos.


Nesta descentralização, o Mestre Marcelo Azevedo Guimarães, popularmente conhecido como 'Mestre Peixinho', fundou o Centro Cultural Senzala de Capoeira. Mestre Peixinho é um dos grandes mestres da capoeira contemporânea, sendo muito lembrado por seus jogos de capoeira, onde demonstra sempre muita destreza e técnica tendo em um de seus jogos mais memoráveis, aplicado o movimento de "desaparecer no ar".

Em Angra dos Reis, o Grupo iniciou as atividades no início dos anos 80, ministrando aulas no Grêmio Desportivo Verolme, em Jacuecanga. Hoje já disponibiliza nucleos em vários bairros como, Balneário, Centro, Japuíba e Ilha Grande. O Centro Cultural Senzala em Angra conta com um mestre formado, um contra-mestre, dezenas de Professores e centenas de alunos espalhados pelo município , disseminando a capoeira como arte, cultura e patrimônio imaterial de nossa Nação.

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