O diretório municipal do PT de Angra dos Reis realizou, na manhã de ontem, sua reunião plenária, reunindo quase 100 militantes. No encontro, foi realizada uma votação para definir o posicionamento do partido quanto à votação do número de cadeiras na Câmara de Vereadores. Apesar de o aumento para 17 ter sido a escolha, vereadores em exercício criticam os impactos do aumento. Mesmo assim, afirmaram que votarão pela decisão da legenda.
O presidente do Diretório Municipal do PT, Marcelo Oliveira, explicou que a reunião tinha três objetivos, mas que o principal deles era confirmar a posição da bancada do partido durante a votação, que deve acontecer na Câmara de Vereadores.
- Tínhamos três objetivos: a discussão em relação ao aumento ou não da cadeira de vereadores, a Jornada de Formação Política e a avaliação da conjuntura atual e para 2012 do partido - detalhou. Em dezembro de 2008, o Senado aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite o aumento do número de vereadores dos municípios do país de acordo com o número de habitantes.
Com base na PEC e no aumento registrado pelo último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito em 2010, Angra dos Reis, que hoje tem 12 vereadores, pode ter até 21. O aumento real da cidade será definido pela votação dos vereadores de cada município.
A decisão tomada no encontro, e que deve nortear os votos da bancada petista da Câmara angrense, deve ser informada à população por meio de uma nota, enviada já nos próximos dias. - A decisão do PT de Angra é que o número de cadeiras deve ser aumentado para 17. Vamos soltar uma nota colocando isso. Mas é importante ressaltar que o partido não quer o aumento pelo aumento, tem que ter qualidade. Tem que ter uma discussão na sociedade quanto a isso - pontuou.
Marcelo explicou que, em uma reunião prévia, a legenda já havia definido a não necessidade dos 21 parlamentares e definiu os quantitativos menores que seriam votados no último sábado. - A diretoria se reuniu na quarta e deu indicação de que seria um número de 15 a 17 e na plenária definimos 17. Foi um consenso, uma votação por unanimidade - afirmou, justificando a escolha.
Os vereadores petistas em exercício, no entanto, não compartilham da opinião de Marcelo. Eles não percebem a necessidade do aumento de cadeiras e afirmam que votarão pelo aumento em respeito ao partido. - Minha posição pessoal é que sempre fui contra aumentos em qualquer Casa, mas em questão de representatividade, entendo que significa um aumento importante para a bancada. Essa é a opinião do partido e vou seguí-la na Câmara - revelou o vereador Antônio Cordeiro, que também faz parte da mesa diretora da Câmara como vice-presidente, após a plenária.
O vereador Ilson Peixoto, que não foi à plenária por motivos de saúde, também se mostrou contrário ao aumento e ressaltou os impactos que ele pode trazer à Casa. Entretanto, prefere ouvir os argumentos do partido antes de ratificar sua decisão. - Decidi não participar da plenária porque estou adoentado e não sabia que haviam decidido por 17.
Continuo achando que é muito. Mesmo que o Orçamento seja o mesmo, as demandas dos vereadores também são as mesmas, precisando que tenha toda uma readaptação da estrutura da Câmara. Mas ainda não ouvi os argumentos do partido, então acho melhor esperar para me posicionar - avaliou comedido.
A vereadora Lia não foi encontrar para expressar sua opinião sobre o aumento.
Mesmo que o aumento do número de vereadores tenha sido a pauta principal da plenária, Marcelo acrescentou que os petistas também conversaram sobre a formação dos novos membros e sobre as diretrizes para as próximas eleições para chefes do Executivo e Legislativo municipal, que acontecem em 2012.
- Falamos sobre a jornada de formação política, novos militantes e novos quadros. Temos uma liderança construída, mas precisamos formar novas lideranças e aprovamos isso no texto de um documento. Fizemos uma avaliação da conjuntura política atual e de 2012 e a posição política do partido. Não significa que vamos ter aumento na Câmara, é uma discussão e depende de legenda e uma série de fatores. Mas temos condição de obter uma bancada maior - resumiu.
A respeito de alianças com vistas à formação de coligações, a única certeza é a restrição ao PMDB. - Vamos ter muita discussão, estamos abertos a alianças, mas com o PMDB local não vamos ter aliança. Temos diferença política com pessoas da direção e que ocupam cargos políticos hoje, pessoas que ocupam o efetivo municipal ‘via PMDB', cargos da prefeitura; não é com a sigla. Mas com outros partidos a discussão está aberta - especificou.
Na disputa pelo cargo majoritário, Marcelo foi direto e reforçou o nome de Conceição Rabha. Em 2008, ela ficou em segundo lugar no pleito com 47% dos votos, apenas quatro mil a menos que o atual prefeito, Tuca Jordão (PMDB).
- Já temos a discussão quanto à cabeça de chapa. Na majoritária a pré-candidata é a Conceição Rabha. Perdemos por uma margem muito pequena, então não há dúvida - comunicou.
Para o Legislativo, a sigla conta com o aumento das cadeiras para aumentar sua bancada.
- Se houver a mudança para 17, vamos tentar 5 ou 6 cadeiras. Mas depende da legenda. O PT hoje em Angra já tem uma boa bancada - considerou.
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